A criação de um novo espaço de lazer e convivência, no coração da cidade de São Paulo, começou em agosto de 2014, quando o movimento SampaPé! criou uma campanha na plataforma Panela de Pressão, da Rede Minha Sampa, que possibilitou a todos aqueles que também eram a favor da abertura da Paulista para as pessoas mostrarem para as autoridades seu posicionamento.
Junto à campanha online, passamos também a ocupar em alguns domingos uma calçada da Avenida Paulista com atividades lúdicas que promoviam a nossa causa. Acompanhados de inúmeros movimentos como Bike Anjo, Cidade Ativa, Mobilize, Virada Sustentável, Banco com Encosto, Acupuntura Urbana, Conexão Cultural, Bike Café, Ping Point, entre outros, aumentamos ainda mais a pressão, chamamos a atenção da mídia e conseguimos agendar reuniões com o governo municipal para que fossemos ouvidos.
O prefeito Haddad, que, a princípio, se mostrou reticente em relação à proposta, com o tempo, foi convencido pela pressão popular e decidiu promover eventos testes.
No domingo, 28 de agosto de 2015, quase um ano após o início da nossa campanha, durante a inauguração da ciclofaixa da Paulista - outra grande conquista de São Paulo - a Avenida Paulista foi aberta pela primeira vez exclusivamente para as pessoas, quando o secretário municipal de Transportes pôde realizar os últimos estudos sobre o impacto e a as alternativas para o trânsito na região.
Resultado: o convencimento definitivo por parte da prefeitura de que essa política pública deveria ser perpetuada e ampliada, através da criação do programa Ruas Abertas.
A campanha, mais do que apenas pressionar os agentes governamentais, gerou um grande debate público acerca da possibilidade de fechamento de avenidas para carros e abertura para os pedestres.
Não foram poucos os obstáculos a serem superados para alcançarmos essa conquista. São Paulo é uma cidade que, há tempos, privilegia os automóveis. Propor a abertura de uma das avenidas mais importantes da cidade para pedestres, skatistas, ciclistas e todo o tipo de pessoas foi uma ação ousada, e que incomodou muita gente.
Em pesquisa feita pela ONG Cidade Ativa com pedestres na Avenida Paulista nos dias 28 de junho, 05, 15 e 18 de julho, 88% das pessoas se mostraram a favor da abertura da via para as pessoas aos domingos.
Na gestão de Marta Suplicy o projeto Domingo na Paulista já transformava a via em área de lazer. Esta ação contou com 76% de aprovação da população e chegou a reunir 35 mil pessoas, mas foi interrompida no início da gestão Serra.
Ao longo do ano de 2014 a sociedade civil, através de ocupações e estratégias de pressão, retomou o pleito de usar a via como espaço de lazer aos domingos e pressionar a gestão municipal, nomeadamente, o secretário de transportes Jilmar Tatto e o prefeito Fernando Haddad.